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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Deus é amor. E amor é um sentimento vazio.



Deus é amor. Deus é bom. Mas como explicar isto para quem passa pela dor extrema, pelo vale da sombra da morte, “por um deserto” – como falamos no nosso Igrejês?

Comecei a pensar nisso hoje, no velório de um jovem amigo, olhando para sua esposa. Quando todos estavam ali, em volta do caixão, de repente me veio a pergunta. O que eu diria se me pedissem para falar agora? De imediato respondi para mim mesmo: “Que Deus é amor, não consigo pensar em outra coisa”.

Deus nos ensinou da maneira mais radical que o amor não tem limites. É um dos primeiros versículos que aprendemos. Deus amou o mundo de tal maneira que de deu a ele seu filho unigênito. Assim é o amor de Deus. Desce fundo nas raízes da morte. Não mede conseqüências. Não pode ser detido. Porque, diz a palavra, o “Filho do seu amor” (Colosenses 3:13 ) triunfou sobre a morte. Deteve o poder que ela tinha. E quando ela nos requer, Ele nos arranca de suas mãos.

Então refleti na segunda parte do versículo: ... para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.Não é que deu “conhece”nossas dores. Ele as viveu em sua própria carne. Morreu não para que a gente não morra, como muitos pensam e alguns afirmam. Mas morreu para que possamos morrer como Ele o fez. Ressuscitando. Resurgindo.

E hoje eu compreendi que a base de tudo isso é o amor porque o amor é um sentimento vazio. Vazio de interesses próprios, de vaidades, de buscas de algo em troca. O amor é um sentimento que se vivencia no outro, que deixa o ego de fora e não se realiza no Eu.

Assim percebi que a sensação de vazio que fica dentro da gente quando perdemos alguém querido, quando nos sentimos completamente sós ou quando olhamos pela janela uma manhã silenciosa e cinzenta é o substrato do amor de Deus. Na verdade, é o substrato do próprio Deus. É no váculo emocional que o Pai se manifesta em amor. Quando estamos na lama é reconfortante lembrar que o Senhor nos fez do barro. E então soprou o fôlego da vida.

Loucura minha? TOMARA! Pois já dizia a palavra que o Evangelho é loucura...

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