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quarta-feira, 23 de junho de 2010

Deus é amor. E amor é um sentimento vazio.



Deus é amor. Deus é bom. Mas como explicar isto para quem passa pela dor extrema, pelo vale da sombra da morte, “por um deserto” – como falamos no nosso Igrejês?

Comecei a pensar nisso hoje, no velório de um jovem amigo, olhando para sua esposa. Quando todos estavam ali, em volta do caixão, de repente me veio a pergunta. O que eu diria se me pedissem para falar agora? De imediato respondi para mim mesmo: “Que Deus é amor, não consigo pensar em outra coisa”.

Deus nos ensinou da maneira mais radical que o amor não tem limites. É um dos primeiros versículos que aprendemos. Deus amou o mundo de tal maneira que de deu a ele seu filho unigênito. Assim é o amor de Deus. Desce fundo nas raízes da morte. Não mede conseqüências. Não pode ser detido. Porque, diz a palavra, o “Filho do seu amor” (Colosenses 3:13 ) triunfou sobre a morte. Deteve o poder que ela tinha. E quando ela nos requer, Ele nos arranca de suas mãos.

Então refleti na segunda parte do versículo: ... para que todo aquele que Nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna”.Não é que deu “conhece”nossas dores. Ele as viveu em sua própria carne. Morreu não para que a gente não morra, como muitos pensam e alguns afirmam. Mas morreu para que possamos morrer como Ele o fez. Ressuscitando. Resurgindo.

E hoje eu compreendi que a base de tudo isso é o amor porque o amor é um sentimento vazio. Vazio de interesses próprios, de vaidades, de buscas de algo em troca. O amor é um sentimento que se vivencia no outro, que deixa o ego de fora e não se realiza no Eu.

Assim percebi que a sensação de vazio que fica dentro da gente quando perdemos alguém querido, quando nos sentimos completamente sós ou quando olhamos pela janela uma manhã silenciosa e cinzenta é o substrato do amor de Deus. Na verdade, é o substrato do próprio Deus. É no váculo emocional que o Pai se manifesta em amor. Quando estamos na lama é reconfortante lembrar que o Senhor nos fez do barro. E então soprou o fôlego da vida.

Loucura minha? TOMARA! Pois já dizia a palavra que o Evangelho é loucura...

sexta-feira, 13 de abril de 2007

Tempo de Deus 1 - Lições do terremoto (como não se precipitar)


Texto Base:

E aconteceu que, indo nós à oração, nos saiu ao encontro uma jovem, que tinha espírito de adivinhação, a qual, adivinhando, dava grande lucro aos seus senhores.
Esta, seguindo a Paulo e a nós, clamava, dizendo: Estes homens, que nos anunciam o caminho da salvação, são servos do Deus Altíssimo. E isto fez ela por muitos dias. Mas Paulo, perturbado, voltou-se e disse ao espírito: Em nome de Jesus Cristo, te mando que saias dela. E na mesma hora saiu.
E, vendo seus senhores que a esperança do seu lucro estava perdida, prenderam Paulo e Silas, e os levaram à praça, à presença dos magistrados.
E, apresentando-os aos magistrados, disseram: Estes homens, sendo judeus, perturbaram a nossa cidade, E nos expõem costumes que não nos é lícito receber nem praticar, visto que somos romanos. E a multidão se levantou unida contra eles, e os magistrados, rasgando-lhes as vestes, mandaram açoitá-los com varas.
E, havendo-lhes dado muitos açoites, os lançaram na prisão, mandando ao carcereiro que os guardasse com segurança. O qual, tendo recebido tal ordem, os lançou no cárcere interior, e lhes segurou os pés no tronco. E, perto da meia-noite, Paulo e Silas oravam e cantavam hinos a Deus, e os outros presos os escutavam.
E de repente sobreveio um tão grande terremoto, que os alicerces do cárcere se moveram, e logo se abriram todas as portas, e foram soltas as prisões de todos.
E, acordando o carcereiro, e vendo abertas as portas da prisão, tirou a espada, e quis matar-se, cuidando que os presos já tinham fugido.
Mas Paulo clamou com grande voz, dizendo: Não te faças nenhum mal, que todos aqui estamos. E, pedindo luz, saltou dentro e, todo trêmulo, se prostrou ante Paulo e Silas.
E, tirando-os para fora, disse: Senhores, que é necessário que eu faça para me salvar?
E eles disseram: Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo, tu e a tua casa. E lhe pregavam a palavra do Senhor, e a todos os que estavam em sua casa.

Atos 16: 16 a 32

Introdução
Todos nós passamos algum tipo de terremoto de vez em quando.
Abalos emocionais, materiais, coisas que nos pegam de surpresa e parecem que colocam nossa vida abaixo.
Estes terremotos emocionais, assim como seus primos distantes, os abalos sísmicos, às vezes ocorrem em série, e são avassaladores.
Durante um terremoto, é preciso saber agir no tempo certo.
Vamos dividir o texto em 3 partes, porque cada uma delas nos dá duas importantes lições.

1ª PARTE: vv 16 a 24
Pergunta: Com base nestes versículos, o que podemos afirmar sobre a relação que Paulo e Silas Tinham com Deus?

vv 16: eles estavam indo orar
vv 17: Paulo demonstrava o fruto do Espírito (Gl 5:22,23) – mansidão, paciência, domínio próprio
vv 18: Paulo expulsou o demônio que atormentava a mulher

Pergunta:Quais as conseqüências do ato deles?
vv: 19 a 21: foram arrastados e acusados pelo bem que fizeram.
vv 22: foram linchados e açoitados por varas
vv 23: foram presos
vv 24: forma torturados

Lição 1

Estar buscando Deus, estar em comunhão com Deus e fazer a vontade de Deus não é garantia de que nós não passaremos por terremotos.

Lc 21: 10 a 13
E haverá em vários lugares grandes terremotos, e fomes e pestilências; haverá também coisas espantosas, e grandes sinais do céu. Mas antes de todas estas coisas lançarão mão de vós, e vos perseguirão, entregando-vos às sinagogas e às prisões, e conduzindo-vos à presença de reis e presidentes, por amor do meu nome. E vos acontecerá isto para testemunho.


Lição 2

Quando fazemos a vontade de Deus, deixamos os opressores do mundo descontentes, e eles vão tentar causar terremotos em nossa vida.

2ª PARTE: vv 25 a 28
Pergunta: Como Paulo e Silas enfrentaram a situação?

vv 25: Buscando mais comunhão com Deus
Testemunhando
Evangelizando
Vv 26: Então houve o terremoto!

Pergunta (PONTO CENTRAL):Porque Paulo e Silas não entenderam as portas abertas e as cadeias soltas como providência divina e fugiram?
Entender que o terremoto era o momento que Deus tinha preparado para a fuga, bem podia ter sido uma interpretação. Seria completamente admissível ver aquele terremoto como um livramento. Porque então eles permaneceram na cadeia?
De alguma forma, eles sabiam! E não tentaram agir por eles mesmos na primeira oportunidade aparente.

Lição 3

Quando as circunstâncias externas estão estremecidas, a única coisa inabalável que nós temos é Deus. Precisamos da Sua firmeza para termos um ponto de referência.

Lição 4

Nunca devemos tentar sair dos terremotos desconsiderando a vontade de Deus. Retomando a lição 1, estar em comunhão com Deus não é garantia de que entraremos em terremotos, mas é garantia de que teremos uma saída.

3ª PARTE: vv 29 a 39
Pergunta:Quais as conseqüências da atitude de Paulo e Silas?
vv 27: eles impediram uma tragédia, o suicídio do carcereiro
vv 30 a 34: o bom testemunho resultou em Salvação
• Paulo e Silas exerceram liderança sobre os demais presos, isso é autoridade.
• toda a família do carcereiro foi batizada, isso é fruto.

Paulo e Silas não pensarem em sí, mas no testemunho que estavam dando para a Obra. Veja as conseqüencias desta postura:


Lição 5

Quando resistimos aos terremotos permanecendo firmes em Deus, há ganhos no reino dos Céus.
vv 35 e 36: Paulo e Silas obtiveram sua liberdade de forma legal.
vv 37: Paulo e Silas raviram os seus direitos e colocaram as coisas no seu lugar
vv 38: passaram, de “bandidos” a pessoas temidas.

Lição 6

Quando, apesar dos terremotos, nós permanecemos firmes em Deus, há ganho para nossa vida particular, também neste mundo.

Rm 5: 3 a 5
E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência,
E a paciência a experiência, e a experiência a esperança.
E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado.

Tiago 1: 2 a 5
Meus irmãos, tende grande gozo quando cairdes em várias tentações;
(Sabendo que a prova da vossa fé opera a paciência.
Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma.
E, se algum de vós tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá liberalmente, e o não lança em rosto, e ser-lhe-á dada.


CONCLUSÃO
Por mais difícil que seja, precisamos entender que as dificuldades da vida – quaisquer que sejam – não justificam nos distanciarmos de Deus e da sua obra.
Deus sempre nos dará saída, mas NO TEMPO DELE, DO JEITO DELE.
Se Paulo e Silas tivessem pensado em sair antes a hora, provavelmete teriam salvado sua pela. Mas não a vida do carcereiro.

Tempo de Deus 2 - Lições do maremoto (para não perder o momento certo)


Texto base:
E, naquele dia, sendo já tarde, disse-lhes: Passemos para o outro lado.
E eles, deixando a multidão, o levaram consigo, assim como estava, no barco; e havia também com ele outros barquinhos.
E levantou-se grande temporal de vento, e subiam as ondas por cima do barco, de maneira que já se enchia.
E ele estava na popa, dormindo sobre uma almofada, e despertaram-no, dizendo-lhe: Mestre, não se te dá que pereçamos?
E ele, despertando, repreendeu o vento, e disse ao mar: Cala-te, aquieta-te. E o vento se aquietou, e houve grande bonança.
E disse-lhes: Por que sois tão tímidos? Ainda não tendes fé?
E sentiram um grande temor, e diziam uns aos outros: Mas quem é este, que até o vento e o mar lhe obedecem?
Marcos 4: 35-41


Introdução
Todos nós vimos pela televisão aquele maremoto que devastou o continente asiático.
Isso nos leva a pensar que temos que estar preparados para as tempestades da vida, porque elas virão. A Bíblia nos dá uma grande lição de como devemos agir nestas ocasiões.
Não podemos deixar de agir no tempo de Deus, não podemos deixar para depois as saídas que Deus dá para os nossos problemas.

Reflita:
Quando você pensa no “tempo de Deus”, pensa nele como
sendo mais
rápido ou mais devagar do que você gostaria?

Um dos erros mais comuns é a precipitação. Nossa ansiedade, angústia, aflição, sofrimento, faz com que muitas vezes nós tenhamos a tendência de não esperar as soluções vindas de Deus. Mas um problema igualmente importante é quando ocorre o oposto, Ou seja, em vez de tentarmos ser “mas rápidos” que Deus, acabamos sendo “mais lentos”. Isso acontece quando nós não reconhecemos a mão de Deus ou, principalmente, quando não aplicamos aquilo que já tínhamos condições de aplicar.

Jesus quer que passemos para outra margem

De que lado estamos no mar da vida? Do lado das tormentas, das angústias, das tempestades? Jesus quer que passemos para o outro lado.


Deus já nos colocou lá: Cl 1:13 – “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do filho do seu amor”.
Jesus já nos mandou para lá: Mt 28:19 – “Ide, portanto, e fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”
Mas nossa travessia nem sempre será fácil. Muitas vezes o nosso barco começa a fazer água. Justamente quando estamos seguindo a vontade de Deus, buscando diligentemente seguí-lo, com o coração empenhado. Mesmo assim, o barco faz água.
Diante destas circunstâncias pelas quais todos passamos (“no mundo tereis aflições”) temos
Que prestar atenção em 3 LIÇÕES que esta passagem nos mostra:

PRIMEIRA LIÇÃO: Na tempestade, precisamos definir o lugar que Jesus ocupa em nossa vida

Vv 38 – Jesus estava na popa do barco dos discípulos.
A popa é a parte traseira. Em meio a esta tempestade, Jesus estava lá trás do barco. Jesus deve ocupar a proa do nosso barco, tomar a frente da nossa vida, ser prioridade

Mt 6: 33: Buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça....
Mt 6:24: “Ninguém pode servir a dois senhores...
Ap 3: 16 e 17: Conheço tuas obras, que nem és frio nem quente. Quem dera fosse frio ou quente! Assim, porque és morno e nem és quente nem frio, estou a ponto de vomitar-te da minha boca.


SEGUNDA LIÇÃO: Na tempestade, não podemos nos esquecer do que sabemos sobre Deus” (fé racional)

Os mesmos discípulos que indagaram:
Vv 38 – Não te importa que pereçamos?
Já tinham ouvido de Jesus:
Mt 6:25: Por isso vos digo, não andeis ansiosos por coisa alguma...
Jesus já havia prometido cuidar dos discípulos, mas no meio da tempestade, eles se esqueceram... exatamente como nós fazemos.
Quando estamos enfrentando as tempestades da vida, não podemos esquecer de como é o nosso Deus.


TERCEIRA LIÇÃO: Na tempestade, precisamos ter coragem de por nossa fé à prova (fé emocional e espiritual)

O ponto central desta passagem é a reprimenda de Jesus:
Vv 40: - Porque sois assim tímidos? Porque não tendes fé?
Deus nos tira dos problemas, mas se aborrece quando, diante dos desafios, nós nos encolhemos. A palavra timidez vem do grego “deilói” = covardes.

• A covardia diante das tempestades não vem de Deus:
2tm 1:7 “Porque Deus não tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.”
O amor direciona o poder, e a moderação o adequa.

• A covardia é algo que o inimigo tenta nos induzir:
Fp 1:28 “E que em nada estais intimidados pelos adversários

•Uma atitude covarde pode causar a nossa derrota
Ap 21:8 – Quanto porém aos covardes, aos incrédulos, aos abomináveis, aos assassinos, aos impuros, aos feiticeiros, aos idólatras e a todos os mentirosos, a parte que lhes cabe será no lago que arde com fogo e enxofre, a saber, a segunda morte”.
A covardia encabeça a lista do que Jesus rejeita no homem.


Conclusão: Qual o pedido certo para se fazer a Deus em uma tempestade?
Os apóstolos decepcionaram Jesus. O mestre esperava que seus discípulos já tivessem aprendido alguma coisa. Quando pedimos o que já temos, desagradamos a Deus, porque isso demonstra falta de fé. Ou, muitas vezes, pedimos errado.

Tg 4:3 – Pedis e não recebeis porque pedis mal, para esbanjares em vossos prazeres

Devemos pedir a presença de Cristo (Jo 6:26), buscar as coisas do alto (Cl 3:1,2), ou seja
termos desprendimento para enfrentar as tempestades da vida com bravura, não com covardia.
Só podemos saber a hora certa de agir quando temos comunhão com Deus e o colocamos em primeiro lugar. É esta intimidade com o Senhor que nos dá equilíbrio entre intrepidez e longanimidade, coragem e paciência, prontidão e paz.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2007

Os nomes de Deus. E uma historía bem curiosa.

Vou confessar uma coisa aqui no Théo Logos. Sou extremamente curioso. Vai daí que uma vez eu estava almoçando sozinho em um restaurante, e na mesa ao lado estava uma moça judia, que se dizia não-praticante (mas conhecia bem o assunto) e um amigo, leigo, que queria saber a todo custo porque os judeus não pronunciam o nome de Deus. Claro que eu fiquei para escutar o fim da conversa. Apesar de ficar firme na sua posição de "incrédula", a moça não falou o tal nome. Mas contou uma lenda interessante: para alguns Judeus, Jesus conseguiu entrar no Santíssimo Lugar, um área do Templo em que só o Sumo-Sacerdote poderia entrar e sobreviver à Glória de Deus (desnecessário dizer que, com isso, estes judeus reconhecem que Jesus é o Sumo Sacerdote - uma das funções do Cristo, o enviado). Bem, tendo entrado lá, ele leu o nome de Deus, escreveu em um papel, fez um pequeno corte na pele do braço e o guardou. Depois estudou o nome até conseguir pronunciá-lo. E, para estes judeus, era por pronunciar o nome de Deus que Jesus fazia milagres.
Embora a história não tenha qualquer respando bíblico, é significativa. Revela a importância dos Nomes de Deus e a autoridade que Jesus tem para usá-lo.
Desde que ouvi esta conversa, passeia me interessar pelo assunto.Uma boa análise do tema pode ser feita a partir do próprio modo como Deus se apresentou:
Então disse Moisés a Deus: Eis que quando eu for aos filhos de Israel, e lhes disser: O Deus de vossos pais me enviou a vós; e eles me disserem: Qual é o seu nome? Que lhes direi?
E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós. Ex 3: 13,14


Porque é importante conhecermos o nome de Deus?

Razões divinas:
• A Bíblia nos apresenta Deus como um ser pessoal.
• Ao longo de todo o Antigo testamento, Deus faz diferença entre Seu nome e o nome de falsos Deuses. Ele nunca aceitou ser adorado com o nome de falsos deuses.
• Deus deseja se revelar a nós
• Os nomes de Deus revelam parte de sua personalidade e seus atributos.

Razões humanas
• Para conhecer melhor o Deus que nos criou
• Para compreender melhor como Deus age por nós
• Para adorar melhor o Deus que nos ama

O Nome “impronunciável” de Deus

O nome pessoal de Deus é escrito na bíblia em hebraico com quatro consoantes YHWH, conehcido como tetragrama. Os hebreus não pronunciavam este nome, por acreditar que eram impuros para isso. Em seu luhar, pronunciavam Adonai (Senhor)
Nas antigas transcrições dos manuscritos da Torá (Os primeiros 5 livros da bíblia: Gênesis. Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio), os escribas lavavam as mãos antes de escrever a palavra Adonai e tomavam banho antes de escrever a palavra YHWH.

A palavra Jehovah (Jeová, em português) é uma mescla das consoantes YHWH com as vogais de ADONAI, mas este termo era desconhecido nos tempos bíblicos. Na Igreja primitiva do novo testamento, o nome pronunciado era "Yahweh", que em português ficaria JAVÉ.

No texto que lemos, EU SOU O QUE SOU, no original hebraico é Ehehey-Asher-Ehehey É provável que a forma completa do termo fosse Yahweh-Asher-Yahweh, , que significa "Ele trouxe à existência tudo o que existe..."

Curiosidade: o termo “Aleluia” (HALLELLY YAH) significa, Louve a Yah.

Os “outros” nomes de Deus.

Ao longo das escrituras, o nome de Deus é composto com alguns de seus atributos. Eles revelam a pessoa e o caráter de Deus diante de determinadas situações:

Yahweh -Jireh — O Senhor Proverá (Gn 22.13-14).
Yahweh -Rapha - O Senhor Que Sara (Êx 15.26).
Yahweh -Nissi - O Senhor Nossa Bandeira (Êx 17.8-15).
Yahweh -Shalom - O Senhor É Paz (Jz 6.24).
Yahweh -Raah - O Senhor É O Meu Pastor (SI 23.1).
Yahweh -Tsidkenu - O Senhor Nossa Justiça (Jr 23.6).
Yahweh -Shammah - O Senhor Está Presente (Ez 48.35).
Yahweh -Tsebaoth - Senhor dos Exércitos (literatura profética e no período pós-exílico).

O nome de Jesus.

Mt 1:21, que foi escrito em hebraico: O Nome Jesus, em hebraico é Yeshua (YEH-O-SHUA). Seu significado é "Salvação de Yah" ou "Yah é salvação”.
O versículo em que o anjo instrui Maria, em Matues 1:21 foi originalmente escrito em hebraico: "E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados".

Conclusão: Jesus nos deu autoridade para chamar Deus de PAI.

É importante conhecer os nomes de Deus, e ver a íntima ligação de Jesus com o Yahweh.
Mas há uma coisa ainda mais importante. Foi Jesus quem chamou pela primeira vez Deus de PAI, e nos autorizou a fazer o mesmo.

Ao reconhecermos que Deus é nosso PAI, estamos automaticamente reconhecendo todas as funções que seus outros nomes descrevem. O Pai provê, cuida, dá paz, justiça, está sempre presente, toma nossas lutas e é nossa bandeira.

João 8:58 : “ Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade eu vos digo, antes que Abraão existisse, EU SOU.”

Jesus esteve com o Pai desde o princípio, e veio nos reconciliar com Ele. Só Cristo pode nos levar à uma realidade em que somos plenamente cuidados por um Deus Todo Poderoso, como seus verdadeiros filhos.

segunda-feira, 29 de janeiro de 2007

Você já viu o Powerpoint da "Marca da Besta" rolando na internet? O que diz a bíblia?

Tem um arquivo de powerpoint rolando por aí que fala de um suposto bio-chip que em breve será de uso obrigatório, e que serviria para monitorar individualmente cada ser-humano que anda sobre a terra. Segundo este power-point, esta é a marca da besta em versão high-tech. Mas afinal, que história é esta de "marca da besta"? Bem, o papo passa por duas questões levantadas no livro de Apocalipse.

1) Pouco antes do fim dos tempos, Satanás organizará o mundo em um governo único.
2) Os homens receberão marcas em suas mãos direitas e suas testas.

Muitos vêem no microchip o cumprimento destas duas profecias. Há grupos cristãos que acusam os Iluministas (aquele grupo do Código da Vinci com aquela teoria de que Madalena casou com Jesus), os Maçons e outras sociedades secretas de estarem organizando este governo único, que seria a Nova Ordem Mundial. Para eles já há um complô satânico em pleno andamento, organizando as coisas para o ataque final de Satanás. Este tipo de alerta sempre é feito, com microchips, softwares de computadores, e muitas outras coisas. O que a bíblia diz?



1 – Qual a origem e o propósito do livro de Apocalipse?
O livro de Aopocalipse foi escrito pelo Apóstolo João, que foi arrebatado (levado vivo) ao céu, onde teve uma visão de Jesus e dos últimos acontecimentos. Em ingles, o livro se chama “Revelations”.
Ele não é não é a única literatura apocaliptica da Bíblia tem algumas partes de Joel e Daniel (antigo testamento) que são proféticos ou apocalipticos, porque falam “do fim das coisas”.
Como ler Apocalipse?
Os livros da Bíblia se dividem em históricos, poéticos, doutrinários e proféticos. Nem todo livro profético é apocalíptico, mas todo livro apocaliptico é profético.
Cada livro deve ser entendido no contexto do seu tipo literário. Um livro histórico, por exemplo deve ser tomado ao pé da letra. Os Evangelhos são históricos. Então, se lá diz que Jesus ressucitou, isso é um registro histórico, não uma alegoria. Salmos, por outro lado, é um livro poético. Quando fala das “asas do Senhor” ou de que a “voz de Deus é como o trovão” isso deve ser entendido como uma figura de linguagem, e não tomado como uma descrição exata.
A característica dos livros apocalpiticos é sua simbologia complexa, que deve ser muito estudada. Não devemos tomar estes símbolos literalmente. Por exemplo, Jõao afirma que viu 144 mil pessoas no paraíso, 12 mil de cada tribo de Israel. Os Adventistas entendem este texto literalmente, e acham que só 144 mil pessoas entrarão no céu, ou seja, ele já está lotado. Concluem, então, que há um segundo céu, que não é tão bom quanto o primeiro. Só que a bíblia não fala de outro céu em nenhuma parte. Então é mais fácil concluirmos que João usou aqui uma expressão para afirmar que viu muita gente no céu.
Resumo: devemos ver Apocalipse dentro do contexto geral das escrituras (isso, aliás, vale para qualquer livro da bíblia). Tendo isso em mente, o que Apocalipse fala do sinal da besta?


2 - O Sinal da besta em Apocalipse
No capítulo 13, Jõao fala da visão de uma segunda besta que saiu do inferno depois que a primeira besta foi ferida. A missão desta segunda besta é fazer com que a humanidade adorasse a primeira. Uma contraposição exata ao papel de Cristo, que veio para nos ensinar a adorar o Pai. Ou seja, a segunda besta seria o anti-cristo. Pelo texto, a segunda besta teria o poder de marcar todos os homens na mão ou na testa:Veja Ap 13: 16 a 18:

“E foi-lhe concedido que desse espírito à imagem da besta, para que também a imagem da besta falasse, e fizesse que fossem mortos todos os que não adorassem a imagem da besta.
E faz que a todos, pequenos e grandes, ricos e pobres, livres e servos, lhes seja posto um sinal na sua mão direita, ou nas suas testas, Para que ninguém possa comprar ou vender, senão aquele que tiver o sinal, ou o nome da besta, ou o número do seu nome. Aqui há sabedoria. Aquele que tem entendimento, calcule o número da besta; porque é o número de um homem, e o seu número é seiscentos e sessenta e seis.”

Todos vão receber o sinal da besta?
Não. Em várias passagens anteriores a esta de Apocalipse 13, o livro fala dos anjos marcando as frontes dos filhos de Deus. Apocalipse 7: 1 a 4 diz:
“ E DEPOIS destas coisas vi quatro anjos que estavam sobre os quatro cantos da terra, retendo os quatro ventos da terra, para que nenhum vento soprasse sobre a terra, nem sobre o mar, nem contra árvore alguma. E vi outro anjo subir do lado do sol nascente, e que tinha o selo do Deus vivo; e clamou com grande voz aos quatro anjos, a quem fora dado o poder de danificar a terra e o mar, Dizendo: Não danifiqueis a terra, nem o mar, nem as árvores, até que hajamos assinalado nas suas testas os servos do nosso Deus. ouvi o número dos assinalados, e eram cento e quarenta e quatro mil assinalados, de todas as tribos dos filhos de Israel.”

É aqui que não podemos ser literais quanto ao número de 144 mil. O mais importante é notas que há salvos “em todas as tribos dos filhos de Israel”. Um pouco mais pra frente, no capítulo 9, há outra confirmação de que os filhos de Deus não serão tocados no final dos tempos:
Apocalipse 9:4: “E foi-lhes dito que não fizessem dano à erva da terra, nem a verdura alguma, nem a árvore alguma, mas somente aos homens que não têm nas suas testas o sinal de Deus”

3- O homem tem poder em Jesus para não receber a marca da besta
A conclusão que se chega é que todos receberao uma marca, ou de Deus ou da Besta. Mas Apocalipse fala que, em Jesus, temos poder de resistir à marca da besta. E mais, aqueles que resistirem, serão reconhecidos por Cristo. Isto está em Apocalipse 20: 1 a 4.

“E VI descer do céu um anjo, que tinha a chave do abismo, e uma grande cadeia na sua mão. Ele prendeu o dragão, a antiga serpente, que é o Diabo e Satanás, e amarrou-o por mil anos. E lançou-o no abismo, e ali o encerrou, e pôs selo sobre ele, para que não mais engane as nações, até que os mil anos se acabem. E depois importa que seja solto por um pouco de tempo. E vi tronos; e assentaram-se sobre eles, e foi-lhes dado o poder de julgar; e vi as almas daqueles que foram degolados pelo testemunho de Jesus, e pela palavra de Deus, e que não adoraram a besta, nem a sua imagem, e não receberam o sinal em suas testas nem em suas mãos; e viveram, e reinaram com Cristo durante mil anos.

Duas ressureições separadas por 1000 anos.
A Bíblia diz que o diabo será amarrado por 1000 anos, e depois será solto. Neste período, que se chama Milênio, todos os que tem a marca de Cristo reinarão com ele.
É difícl entender a questão do Milênio, os teólogos brigam sobre isso até hoje. Uns acham que toda a igreja estará com Jesus antes desta segunda volta do diabo, outros entendem que ela só irá depois. A questão é confusa há versículos que apoiam as duas posições.
O certo é que passado 1000 anos haverá uma nova e definitiva luta em que Cristo derrotará Satanás e o trancará no inferno para todo o sempre. Então terão passado todas as coisas,e tudo será novo. Nesta nova Jerusalém, os que não receberam a marca de Satanás serão recompensados.
Apocalipse 22: 1 a 4 : “ E mostrou-me o rio puro da água da vida, claro como cristal, que procedia do trono de Deus e do Cordeiro. No meio da sua praça, e de um e de outro lado do rio, estava a árvore da vida, que produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês; e as folhas da árvore são para a saúde das nações. E ali nunca mais haverá maldição contra alguém; e nela estará o trono de Deus e do Cordeiro, e os seus servos o servirão. E verão o seu rosto, e nas suas testas estará o seu nome.

CONCLUSÃO:
Como entender assuntos como o bio-chips, implantes, controle mundial à luz de Apocalipse?

Não há dúvidas de que a marca da besta e a marca de Jesus são fatos reais. Este assunto ocupa boa parte do livro de Apocalipse. Porém, Deus faz muitas outas “marcas na testa” ao longo da bíblia.
Quando Deus ordenou Aarão como seu primeiro Sumo-Sacerdote, Ele deu instruções minuciosas sobre tudo, inclusive como seria a roupa sacerdotal. Em Êxodo 28: 36 a 38 , Ele ordena:

“ Também farás uma lâmina de ouro puro, e nela gravarás como as gravuras de selos: SANTIDADE AO SENHOR. E atá-la-ás com um cordão de azul, de modo que esteja na mitra, na frente da mitra estará; E estará sobre a testa de Arão, para que Arão leve a iniqüidade das coisas santas, que os filhos de Israel santificarem em todas as ofertas de suas coisas santas; e estará continuamente na sua testa, para que tenham aceitação perante o SENHOR.”
Ou seja, a marca de Deus em nossa testa é, em primeiro lugar, Santidade.
Em outra passagem, Deus ordena que Moises escreva a Lei em uma caixainha, pendure-a nas portas das casas ( o que os judeus fazem até hoje) e amarre uma destas caixinhas em um barbante e pindure-a na testa, entre os olhos. È um mode do dizer que temos que ter a Lei do Senhor sempre em vista. Como Jesus disse que cumpriu a Lei, equivale a dizer que temos que ter Jesus sempre em vista.
Por fim, Paulo nos diz que Jesus nos circuncidou no coração e no espírito, e que esta é Sua marca em nós. Isso aconteceu no momento da conversão de cada um.
Então, se já temos a circucisão de Cristo e se nossa testa estiver marcada com a Santidade e a Pessoa de Jesus, temos o poder de resistir à marca da Besta, deste que tenhamos Jesus sempre em vista como nosso guia e nosso alvo.
A tecnologia do bio-chip é possível, ela surge num momento em que tudo indica que camnhamos para o fim. Nos tempos bíblicos, talvez se imaginasse que a marca da besta fosse um tipo de tatuagem. Hoje, bem poderia ser um implante tecnológico, que permitisse controlar as nossas vidas. Mas não é este o ponto.
O que temos sempre que ter em mente é que somos de Deus, se permanecermos Nele (santidade, entrega e “Jesus como guia e alvo”), não corremos riscos.

Qual a diferença entre jejuar e passar fome?



Algumas pessoas tem me pedido por e-mail este estudo sobre jejum. Agora ele está aqui no theo logos, para quem quiser dar uma olhada.



Texto base:
Seria este o jejum que eu escolheria, que o homem um dia aflija a sua alma, que incline a sua cabeça como o junco, e estenda debaixo de si saco e cinza? Chamarias tu a isto jejum e dia aprazível ao SENHOR.
Porventura não é este o jejum que escolhi, que soltes as ligaduras da impiedade, que desfaças as ataduras do jugo e que deixes livres os oprimidos, e despedaces todo o jugo?
Porventura não é também que repartas o teu pão com o faminto, e recolhas em casa os pobres abandonados; e, quando vires o nu, o cubras, e não te escondas da tua carne?
Então romperá a tua luz como a alva, e a tua cura apressadamente brotará, e a tua justiça irá adiante de ti, e a glória do SENHOR será a tua retaguarda. Então clamarás, e o SENHOR te responderá; gritarás, e ele dirá: Eis-me aqui. Se tirares do meio de ti o jugo, o estender do dedo, e o falar iniquamente E se abrires a tua alma ao faminto, e fartares a alma aflita; então a tua luz nascerá nas trevas, e a tua escuridão será como o meio-dia. E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam.
Isaías 58 5 a 11

Introdução
A bíblia nos traz muitos exemplos de jejum. Alguns duraram menos de um dia, outros duraram 40. Alguns foram decisões individuais, outros foram atitudes coletivas, demandadas por um rei ou profeta. Grandes personagens bíblicos jejuaram em momentos cruciais de suas vidas:

• Moisés jejuou no monte Sinai, antes de receber as tábuas da lei. (Ex 34:28)
• Ana jejuou no Templo, ao pedir um filho para o Senhor (1 Sm 1:7).
• Jesus iniciou seu ministério com jejum (Mt 4.2). Ele também ensinou que há tempo e lugar e um procedimento certo para se jejuar, como veremos mais adiante.
• Paulo jejuou logo após a sua conversão (At. 9.9) e depois fez do jejum uma prática constante em sua vida devocional (2 Co 6.5)

Concluímos que a prática do jejum é fundamental para o cristão. E mesmo assim, não há nenhum lugar nas escrituras que dê instruções precisas sobre este assunto. Deus poderia tê-las dado. As instruções do tabernáculo, do templo, da construção da arca foram todas passadas em detalhes.
Mas para compreender o jejum, é preciso percorrer as escrituras, examinar o texto, comparar. E esta é exatamente uma das grandes bênçãos de jejuar.

Tentando uma definição
Pelo texto de Isaías 58, fica claro que há dois tipos de jejum. Um deles agrada ao Senhor e nos abençoa. O outro, não faz a menor diferença diante de Deus. Onde está a diferença? Existe um jeito certo e um jeito errado de jejuar? Vamos começar definindo o jejum por aquilo que ele não é:

• Jejum não é greve de fome: jejuar é muito mais do que simplesmente abster-se de alimentos. Há uma grande diferença entre deixar de comer e oferecer um jejum a Deus.
• Jejum não é algo que pega carona: algumas vezes, precisamos deixar de comer por alguns motivos. Porque faremos exames laboratoriais, queremos emagrecer, estamos indispostos ou sem tempo de sair para o almoço. Tentar “encaixar” um jejum nestas oportunidades é uma péssima idéia. Como em todas as suas coisas, Deus exige primazia e exclusividade de motivos para o jejum.

Contudo, pelo que lemos na bíblia, podemos ter muitas certezas do que é jejuar:

• Jejum é uma prática, e não uma ordenança ou um dom. É algo acessível a todo cristão, e pode ser adequado de pessoa para pessoa.
• Jejum é quebrantamento. No original hebraico, a palavra jejuar significa “afligir a alma”.
• Jejum é um ato de fé, uma busca de proximidade maior com Deus através da negação de si próprio. Ao tomarmos a decisão voluntária de nos privarmos de alimentos, estamos mostrando disposição a Deus de priorizar as coisas espirituais e nossa vontade de ouvir sua voz e aumentar nossa intimidade com o Criador.

Motivos para Jejuar
Se quisermos praticar o jejum que agrada a Deus precisamos, antes de qualquer outra coisa, partir da motivação certa. A bíblia nos dá vários exemplos de jejuns que tiveram a motivação correta, e foram aceitos pelo Senhor:

Jejuar para vencer a carne:
Um dos principais problemas do cristão é sua luta com o velho homem. Através do jejum, temos a oportunidade de desenvolver domínio próprio e de aprender como submeter nossas vontades e necessidades a Deus. As lições que aprendemos ao lidar com as dificuldades em controlar nosso apetite por alimentos são de grande valor quando tivermos que lidar com nossos outros apetites: impulso sexual (apetite por sexo não abençoado), ganância (apetite desmedido por poder e dinheiro), inveja (apetite por apropriar-se do que não é meu), e todo o pecado (apetite por fazer coisas fora do padrão de Deus).
Paulo, em 1 Co 9:27, nos ensina a dominar nossa carne para que nossa vida cristã seja proveitosa: Antes subjugo o meu corpo, e o reduzo à servidão, para que, pregando aos outros, eu mesmo não venha de alguma maneira a ficar reprovado.

Jejuar para vencer o mundo:
Sabemos que nossa luta contra os valores do mundo é constante. O mundo apregoa o prazer fast-food, tem que vir na hora e não dar trabalho. Assim, o mundo atua contra o preceito bíblico do domínio próprio, que prioriza o que é certo, não o que é “imediatamente prazeroso”. Como no fast-food, sabemos que esta satisfação imediata cobra um preço muito alto.
No Salmo 35: 11 a 13, Davi explica como usou o jejum para vencer sua luta contra o mundo: Falsas testemunhas se levantaram; depuseram contra mim coisas que eu não sabia. Tornaram-me o mal pelo bem, roubando a minha alma. Mas, quanto a mim, quando estavam enfermos, as minhas vestes eram o saco; humilhava a minha alma com o jejum, e a minha oração voltava para o meu seio.

Jejuar para vencer o diabo:
Jesus iniciou seu ministério com um Jejum de 40 dias, e estava em jejum quando enfrentou Satanás. Mais tarde, quando seus discípulos perguntaram porque Jesus conseguiu expulsar um demônio e eles não, o mestre respondeu associando 3 coisas: fé, oração e jejum.

Jejuar antes de tomar decisões importantes:
Há grandes exemplos na bíblia de pessoas que jejuaram antes de tomarem decisões importantes, fossem estas espirituais ou pessoais.
Como exemplo pessoal, Ana jejuou antes de pedir um filho a Deus (1 Sm 1.7).
O profeta Esdras, quando retornou do exílio na Babilônia trazendo parte do povo, agiu assim: Então apregoei ali um jejum junto ao rio Aava, para nos humilharmos diante da face de nosso Deus, para lhe pedirmos caminho seguro para nós, para nossos filhos e para todos os nossos bens. (Ed 8:21)
É uma boa idéia separarmos um tempo para jejum e oração antes de passos importantes como mudanças nas áreas profissionais, sentimentais e práticas da nossa vida. Quando colocamos nossas petições diante de Deus antes de tomarmos uma decisão, estamos dividindo com o Pai o peso desta decisão. É o caminho que nos dá mais segurança e evitará arrependimentos posteriores.

Jejuar em intercessão pela igreja, pelo povo de Deus ou por um irmão.
Na carta aos Efésios, Paulo nos ensina a vestir a armadura de Deus como orações e súplicas por todos os santos. Podemos fazer isto em jejum. Muitas vezes, tanto no Antigo quanto no Novo testamento, o povo de Deus jejuou em intercessão, tanto de forma individual quanto coletiva. Medite nestes textos:

Jl 1: 14 mostra um grande jejum coletivo: Santificai um jejum, convocai uma assembléia solene, congregai os anciãos, e todos os moradores desta terra, na casa do SENHOR vosso Deus, e clamai ao SENHOR.
2 Cr 20:3 nos mostra uma nação inteira jejuando por ordem do rei. Porque nós, povo de Deus, raramente jejuamos por nosso país? Então Jeosafá temeu, e pôs-se a buscar o SENHOR, e apregoou jejum em todo o Judá.
At 13:2, 3 destaca como a igreja permanecia em jejum e oração entes de tomar suas decisões e nos momentos de intercessão: E, servindo eles ao Senhor, e jejuando, disse o Espírito Santo: Apartai-me a Barnabé e a Saulo para a obra a que os tenho chamado. Então, jejuando e orando, e pondo sobre eles as mãos, os despediram.

Jejuar porque vivemos os últimos dias
Em Lucas 5:35 Jesus diz que os discípulos não precisavam jejuar enquanto estavam com ele, mas que chegaria o dia em que seus seguidores estariam longe de sua presença, então precisariam jejuar. Sabemos que a cada dia a volta de Jesus se aproxima. Jejuar neste contexto é não apenas prepara-se espiritualmente, mas participar da batalha que já acontece.
Tipos de Jejum
O jejum, como já dissemos, não tem uma forma definida, e pode variar tanto na duração quanto no tipo de restrição.

O jejum típico: consiste em abster-se de alimento, mas ingerir líquido. Depois de 40 dias no deserto, Jesus teve fome, mas a bíblia não diz que teve sede. Alguns afirmam que os judeus, em seu jejum, bebiam uma mistura de água e mel, que garantia o mínimo de energia.

O jejum completo: em Atos 9:9, vemos que Paulo absteve-se de comida e bebida por 3 dias, após sua conversão em Damasco.

O jejum parcial: consiste em abster-se de apenas de um determinado tipo de alimento, como Daniel e seus amigos em Daniel 1. Cuidado aqui para não “encaixar” uma pequena dieta disfarçada de jejum. O objetivo é sempre espiritual.

Quanto a sua duração, o jejum mais comum é de 1 dia. Os judeus iniciavam seu jejum ao cair da noite (não jantavam) e quebrava-no ao cair da noite seguinte. Em Ester 4:6, assim como em Atos 9:9, o jejum durou 3 dias e 3 noites. Apenas Jesus, Elias e Moisés jejuaram 40 dias e 40 noites.

Como jejuar (as etapas do jejum)
A grande idéia de jejuar é contristar-se, e separar um tempo maior do que o convencional para permanecer na presença de Deus. Devemos aproveitar que não vamos tomar alimento e alimentarmo-nos de Cristo, (Confira Jo 4: 38). Ele é o pão vivo que desceu do céu, e tem para nós um alimento espiritual eterno.
Uma sugestão de seqüência é:

1) Estabelecer o propósito, o tipo e a duração do jejum.
2) Orar, colocando o jejum diante de Deus.
3) Quebrantar-se (Salmo 69:10)
4) Sondar o coração e pedir perdão dos pecados (1 Jo 1:9)
5) Planejar um tempo com Deus em oração, leitura da bíblia e louvor. Uma boa sugestão é aproveitar o que seria nosso tempo de almoço ou jantar para isto.
6) Ao quebrar o jejum, permanecer com Cristo. Em João 21:12, quando aparece aos discípulos depois de ressurecto e prepara alguns peixes, Jesus os convida: “vinde e comei”. O termo, no grego original é “vinde e quebrai o jejum”.

Conclusão: Uma vida jejuada
A realização do jejum é abençoadora, e devemos jejuar tanto por nós quanto pela igreja, tanto individualmente quanto no Corpo de Cristo. Contudo, o texto de Isaías 58 deixa claro que Deus não espera que tenhamos um ou outro dia de contrição para depois retornarmos às velhas práticas.
Deus espera que o jejum produza um efeito em nós, o de romper com o nosso legalismo, com o cristianismo de faz de contas e com a santidade e o compromisso de aparências. Deus quer um jejum de integridade.
O profeta Joel nos diz: “Santificai um Jejum” (Jl 1:14 e 2:15), porque o simples passar fome nada tem de santo. Deus nos deu os alimentos como bênção, devemos ser gratos ao Senhor pela fartura de cores, sabores e texturas, pelo banquete que ele preparou para nós.

Há grandes perigos no jejum:
• O perigo da Hipocrisia, como Jesus advertiu em Mt 6:16: E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.
• O perigo da vaidade, como Jesus mostra na parábola do fariseu e do publicano (Lc 18: 10 a 14).
• O perigo do mérito próprio: crer que há um mérito especial no jejuar pode levar à falsa impressão de que as boas obras salvam (“eu peco, depois jejuo e Deus perdoa”).
O jejum deve produzir um efeito constante, uma “vida jejuada”, em permanente estado de submissão, mansidão, contrição e reflexão.
Despedaçar o jugo do pecado, olhar o mundo com misericórdia, colocar o legalismo de lado, consagrar seu corpo, domar a carne, e, sobretudo ter uma atitude de adoração e busca sincera de Deus, este é o jejum que o Senhor abençoa e responde.

Bibliografia:

FALWELL, Jerry, O jejum bíblico, 1ª Edição - Belo Horizonte, MG, Betânea: 1983, 47 pág.
(recomendo a leitura deste livreto, é muito proveitosa).

A armadura de Deus (Ef: 6 10 a 18): Entendendo o contexto e o propósito

Todo cristão conhece a Armadura de Deus. É um texto bastante lido, nestestempos em que tanto tem se falado de guerra espiritual. Por isso decidi publicar aqui no theo logado um breve trecho de um exercício para um trabalho de Mestrado em Teologia. Acho que pode ser exclarecer alguma coisa.
Esta é uma interpretação de Efésios 6: 10 a 18 com base no sistema hermenêutico de Paul Ricouer. Em termos breves, Paul Ricouer propôs uma hermenêutica fenomenológica, baseada um sistema interpretativo que considera o “em torno" do texto, trabalhando a exegese em termos de regras específicas e a interpretação com base em uma compreensão dos símbolos do texto em função da coerência semântica. Ou seja, para Ricouer é preciso conhecer o contexto em que a mensaguem foi escrita e a realidade vivida pelos seus destinatários.

10 Quanto ao mais, sede fortalecidos no Senhor e na força do seu poder,
11 Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para poderes ficar firmes contra todas as ciladas do diabo;
12 Porque nossa luta não é contra o sangue e a carne e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestes.
13 Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mau e, depois de terdes vencido tudo, permanecer inabaláveis.
14 Estai pois firmes, cingindo-vos com a verdade e vestindo-vos com a couraça da justiça,
15 Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz;
16 Embraçando sempre o escudo da fé com o qual podeis apagar todos os dados inflamados do Maligno.
17 Tomai também o capacete da salvação e a espada do espírito, que é a palavra de Deus;
18 Com toda oração e súplica, orando o tempo todo no Espírito e para isso vigiando com toda a perseverança e súplica por todos os santos”

Contexto Histórico
A cidade de Éfeso era capital da província da Ásia durante o período do Novo Testamento, e mesmo com a concorrência de outros grandes centros não teve dificuldades em manter sua supremacia econômica e social. Mais tarde (data imprecisa) foi convertida em centro administrativo da Ásia Menor. Bem servida por estradas e estrategicamente localizada, Éfeso era um grande mercado onde nativos e estrangeiros conviviam cotidianamente, e também uma suntuosa cidade portuária, cortada por uma enorme avenida de 22m de largura, ladeada com colunas greco-romanas, que dão bem uma idéia de seu porte.
A vida religiosa em Éfeso era intensa, a cidade abrigava o templo de Artemis ou Diana, a deusa da fertilidade, além de inúmeros templos romanos para adoração do imperador. Havia um forte comércio em função dos templos.
Ali vivia uma numerosa comunidade judaica, que gozava de prestígio. O cristianismo foi introduzido em Éfeso por Paulo em sua segunda viagem missionária, em 52 d.C., quando deixou Áquila e Priscila.
Em sua terceira viagem missionária, Éfeso era um dos alvos, e Paulo viveu ali cerca de 2 anos. São desta estada os episódios de confrontação com os cultos mágicos (AT 19:13) e a hostilidade contra Paulo por atrapalhar os negócios em torno do culto a Diana (At 19:27).
Paulo teve inúmeras dificuldades e correu risco de vida em Éfeso, pelo que escreveu em 1 Co 15:32: “Se, como homem, lutei em Éfeso com feras, que me aproveita disso?” Ainda que o texto não tenha sentido literal, evidencia a questão.
É provável que ao escrever o capítulo 6 Paulo estivesse preso, acorrentado a um soldado romano, de onde teria tirado a analogia da armadura. Provavelmente Paulo tinha em mente a armadura do guerreiro celeste de Is 59:17.

Contexto Literário
Embora desde o século II esta epístola já seja aceita como endereçada aos Efésios, há grande controvérsia quanto a isto. Foulkes aponta que o documento guarda características de um sermão ou carta circular, que de alguma maneira ligou-se de modo especial à igreja em Éfeso. Chama a atenção o fato de que, tirando-se a introdução, o corpo da epístola não faz referências aos destinatários, como é comum em Paulo.
Até mesmo a autoria Paulina tem sido questionada, mas a posição tradicional, que a aceita, tem prevalecido.
Efésios faz uma espécie de paralelo constante com Colossenses. As duas epístolas, segundo Foulkes, tem planos e argumentos semelhantes, e ambas compartilham expressões que não se encontram nas demais cartas paulinas.
Efésios não traz de um problema específico, dá diretrizes gerais sobre a vida no corpo.

Analise dos versículos
Versículo 10: o texto começa com a expressão “quanto ao mais”, que se refere a todo conteúdo anterior da epístola. O conflito espiritual cristão deve ser vivido com as instruções a seguir, mas também considerando o que já foi dito antes, sobretudo a partir do capítulo 4.
“Sede fortalecidos”, no original grego, implica em uma ação constante
Versículo 11: A palavra grega empregada é Panhopla, que também ocorre em Rm 13:12 e 1 Ts 5:8, implica na soma total de todas as peças da armadura (hopla). Assim, devemos entender que as peças desta armadura atuam em conjunto.
É possível também entender a Armadura de Deus como a que ele usa ou a que ele fornece. Muitos comentaristas pensam que Paulo empregou o termo deliberadamente com duplo sentido.
A ordem de ficar firmes traz a idéia de não avançar nem recuar, mas guardar posição. Esta necessidade é enfatizada mais 3 vezes no versículo 13
Versículo 12: Não há duvida que aqui Paulo foi literal, ao se referir ao diabo (versículo 11) e os dominadores deste mundo tenebroso. A expressão em grego “kosmokratoras” refere-se ao dominador de todo o mundo, no sentido que Jo 12:31 e 2 Co 4:4 empregam para descrever o diabo.
Versículo 13: “Portanto (uma vez que a luta é terrível como descrita no versículo anterior) tomai toda a armadura de Deus.”
A armadura deve ser usada de maneira integral. A idéia de ficar firme, no original grego, implica em resistir firmemente a uma forte oposição.
Versículo 14: o cinturão é a peça que prende todo o resto da armadura. Cingir-se é comumente usado na bíblia para descrever um ato preparatório importante.
Versículo 15: ter calçado os pés pode aludir a um estado de prontidão, o que talvez implique em estar pronto para avançar, visto em perspectiva com o permanecer firme. Neste sentido, o crente é também um mensageiro das boas novas, que deve avançar apesar da batalha para levar o Evangelho da paz ao mundo.
Versículo 16: o escudo da fé é um escutum, artefato que protegia grande parte do corpo. Em 1TS 5:8, Paulo fala da fé e amor como uma couraça. Paulo sabia que as ciladas do diabo incluem dardos inflamados setas planejadas pelo inimigo para nos destruir.
Versículo 17: o verbo usado em “tomai também o capacete da salvação” emprega o sentido de salvação como dom de Deus.
O Antigo Testamento se refere à língua como uma espada. Mas aqui a arma é vista como divina, a espada do Espírito, que separa o falso do verdadeiro (Hb 4:12) e traz julgamento (Is 11:4, Os 6:5).
Versículo 18:
embora a oração não seja uma parte da armadura, ela não pode ser dissociada do texto, é como se, depois de equipado, o leitor devesse permanece orando. Pode estar implícito no texto de Paulo a recomendação de vestir cada peça em oração
.

Conclusão
Aplicando o princípio hermenêutico de tratar as figuras de linguagem como tal, podemos entender a Armadura de Deus no sentido que Ricouer emprega para símbolo. Não há porque o cristão esperar que um dia vá receber efetivamente um armadura feita de metal, que deverá ser vestida para que ele participe de uma batalha sideral. Os elementos aqui apresentam outro significado. Este procedimento não pode ser confundido com alegorização. O texto será tratado literalmente, e o “significado oculto” trata-se apenas e tão somente de reconhecer as figuras de linguagem que Paulo empregou.
Seja esta uma epístola escrita diretamente para Éfeso ou uma carta circular às igrejas, o fato é que Paulo se utiliza de uma analogia muito compreensível para os destinatários. O Império Romano estava presente em toda a região e uma armadura ela algo bastante conhecido. O apóstolo traça um paralelo entre as vestes do soldado e a armadura concedida por Deus para equipar seu exército. Ambos estão em guerra para defender seus territórios.
A guerra do exército de Deus não é travada no plano natural, e sim no sobrenatural. Ela acontece nas regiões celestes mas envolvem o crente diretamente. É preciso estar sempre preparado para um inimigo traiçoeiro e que emprega toda sua força.
O crente encontra-se em posição de defender seu território, é alertado constantemente para ficar firme e resistir. Não precisa atacar, mas deve estar pronto para avançar, quando tiver a oportunidade de responder à guerra levando o Evangelho da paz.
Os elementos do cristão na luta contra o diabo são a verdade, a justiça, a paz, a fé, a salvação, a Palavra e a oração. No duplo sentido que Paulo emprega para a armadura de Deus (fornecida por Deus e que Deus veste, podemos entender estes elementos como uma postura que o cristão deve adotar ou que Deus determina.
Assim, podemos entender a verdade como a atitude de sermos verdadeiros, mas também a Verdade divina que é Jesus nos protegendo. A justiça pode implicar em senso ético, mas também na Justificação que Cristo oferece. O Evangelho da paz como a mensagem que devemos pregar, ou a própria encarnação do Verbo, a fé como atitude de confiança e como dom de Deus, a salvação como nossa salvação pessoal ou a Obra da Salvação em Jesus, a Palavra como uma incitação ao “Ide”, ou a Palavra de Deus.
Tanto em um caso quanto no outro, é importante notar que estas peças funcionam articuladas como um todo. É este conjunto de coisas, empregado na correta atitude de oração e súplica, que permite ao cristão vencer tudo e permanecer inabalável.